Olhei para o céu hoje e vi lua cheia; automaticamente, meu pensamento voou até você. Já faz tanto tempo... Mas eu ainda lembro de todas as nossas conversas de madrugada, até o sol nascer, em que nós planejávamos um futuro juntos. Lembro do nosso primeiro beijo como se fosse ontem, de como aqueles instantes antes foram os mais nervosos da minha vida, e de como só de encostar em teus lábios toda a calmaria tomou conta de mim. Em todos os meus sonhos, eu visualizava uma lua cheia iluminando o nosso cantinho, aquele com o qual sonhávamos em construir em um futuro. Eu sonhava com nossos sábados de madrugada, nossos domingo indo almoçar com nossa família na cidade, com o dia que íamos formar a nossa própria família. Nós fizemos planos, vários deles, até simplesmente acabar tudo. 
Foi o tempo? Você se cansou de mim, simplesmente? Ou ambos se cansaram? Nós ficamos tanto tempo juntos. Nosso relacionamento passou por idas e vindas; idas que eu achei que fossem permanentes e vindas que juramos "para sempre". Mas nunca conseguimos durar. Nós nunca fomos capazes de manter um relacionamento estável, tranquilo e feliz. Sempre foi aquela coisa conturbada. Eu sempre morria de ciúmes de você, você sempre sentia raiva dos meus ciúmes, nós sempre brigávamos. Quem tinha razão? E isso importa agora? Hoje eu penso no quanto tempo a gente perdeu brigando, enquanto podíamos simplesmente dar o braço a torcer e deixar o orgulho de lado. Mas não. Nós insistíamos, ficávamos forçando aquilo. E queríamos que desse certo. Mas talvez não fizéssemos de tudo para que desse certo e foi por isso que nossas vidas tomaram rumos diferentes. Por mais clichê que isto possa soar, estávamos vivendo momentos diferentes e eu sei que não foi simplesmente por falta de amor. Tinha amor até demais e por isso doeu tanto. 
Eu descobri nesse tempo que amor não resolve tudo. Precisávamos de uma dosezinha de querer, um pouco mais de paciência, um pouco mais de atenção. Precisávamos de reciprocidade. Eu sei que queríamos que desse certo, mas não fazíamos por onde. E agora eu olho para trás e sinto falta dos momentos bons - daqueles em que não estávamos brigando nem mergulhando no nosso próprio orgulho. Eu sinto falta dos sábados no cinema, dos dias em que passamos a tarde na praia, das nossas conversas infinitas e cheias de esperança, do nosso abraço apertado depois de muito tempo sem se ver.
Eu sinto falta de você. É isso. E eu me pego pensando que eu não recusaria tentar de novo. Pode me chamar de louca ou o que for, mas por mais que tenha doído, eu tentaria de novo. E de novo e de novo. Eu faria tudo novamente com você, porque mesmo com todas as brigas, todas as vezes em que eu quis matar você, todas as reconciliações me fizeram amá-lo cada vez mais. E mesmo que o amor não seja tudo, é por ele que estou aqui agora, às 3:24 da manhã, escrevendo em um papel que arranjei no banco de trás do carro, decidindo se vou ou não deixá-lo na sua caixinha do correio. Se quiser, pode me procurar, podemos conversar. Algo em mim diz que o meu coração está cansado de buscar em outros lugares aquilo que ele só encontrou com você.
Com saudade,
Lua.

N/A: Eu também estava com saudade... Mas era de escrever sobre esses dois, então decidi voltar. A última carta foi em janeiro de 2015, então muita coisa aconteceu desde então. Eles haviam se reconciliado, mas já terminaram tudo de novo, há alguns meses. A partir daí, vou escrevendo alternando a voz de ambos, como já fazia antes. Até a próxima!

Deixe um comentário