Existia uma fita amarrada ao meu pescoço e a cada vez que eu tropeçava, com palavras ou atitudes, ela me apertava mais.
O soluço constante me fazia sufocar, contraindo a garganta de mil formas em uma falha tentativa de respirar. As pessoas passavam por mim e estava tudo "ok", algumas apenas apertavam mais a fita, afrouxavam ou acrescentavam mais uma em volta do meu pescoço. Então eu sorria, como se nada estivesse acontecendo, como se dentro de mim a felicidade habitasse. Mas eu estava perdida, sufocada em pensamentos e em uma vida que não me pertencia, sendo guiada pelo desejo alheio e nunca sendo perguntada sobre o que eu queria de verdade. Sobre o que eu quero para minha vida, o que considero felicidade. Mas eu não via forma de sair, pois a cada passo dado em outra direção a fita se acochava mais.
Me segurando em uma vida cheia de feridas, onde band-ainds não poderiam segurar tamanha dor. Era um coração quebrado, um corpo doente. Até que surtei, sai correndo por aí, às 4h30 da manhã, de pijama, descalça, sem saber para onde exatamente ir, apenas continuei a correr e correr, até cair em meus joelhos em uma rua loteada de casas, e perceber que fita não tinha me estrangulado, nem ninguém, pois quem a estava apertando esse tempo todo era eu. Naquele momento eu havia arrancando-a da minha vida.

Nota: Feliz Ano Novo, meus amores! Espero que tenham compreendido a mensagem do texto, e que assim como relatado a cima, vocês possam retirar qualquer amarra que estão o prendendo da felicidade. Beijos e tchau. 

                                                         
                                                          

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