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Como podemos dizer que ninguém é perfeito se não há perfeito a ser comparado? 


Se tem uma coisa na minha vida pela qual eu sou condicionada a uma luta constante é pela autoestima. Sempre foi muito ruim, destruída por mim mesma e por outras pessoas, me fazendo nunca me sentir querida por mim mesma e consequentemente por ninguém. Isso muda um pouco quando você começa a se apaixonar, pelo menos comigo foi assim. Passei a me olhar no espelho e até me sentir um pouco mais legal, ou até mesmo gostar do que via, coisa que nunca tinha acontecido. Mas ainda assim existe um problema enorme a ser combatido daí em diante.
Olhei-me no espelho hoje cedo e percebi mudanças em mim que há anos eu não parava para perceber. Ou talvez eu simplesmente não procurasse. Algumas coisas estão do jeito que eu imaginei que estariam quando os anos se passassem, outras eu não fazia nem ideia. O meu rosto tem todas as imperfeições de todos os anos e as mesmas marcas que eu mesma criei. E eu não estou falando somente do que eu vejo literalmente no espelho.
A minha cabeça mudou tanto, logo eu que antes quis tanto mudar. Agora eu acho esquisito passar por todas essas mudanças. Acredito que seja porque cheguei a um ponto que não quero mais que as pessoas se mudem de mim, o que antes eu já quis e muito. Hoje eu quero que elas fiquem. E quero que elas me ajudem a mudar, a melhorar e coisas assim. Afinal, é isso, não é? É nisso que a vida se condiciona. Mudar para melhor. Fazer algo de importante para mudar o mundo etc. Às vezes eu só queria parar um segundo. Queria que essa coisa de ter que colocar um sentido em tudo fosse acabando aos poucos. Essa busca por algum ideal e uma vida realmente boa, que faça história... Isso cansa.
A perfeição nos cansa. A busca por ela é cansativa, não? Olho no espelho e encontro imperfeições. E penso o quanto elas me formaram e, querendo ou não, me fizeram ser totalmente diferente. Ao final de tudo, o mais relevante que ficou foi a importância de ser imperfeito. A necessidade de ter falhas, de ter problemas, de ter uma série de defeitos. A necessidade de mudar também, quando algo não for bom para nós mesmos ou simplesmente quando quisermos. A força de saber que você não precisa ser melhor e maior do que ninguém, você não precisa se auto-superar sempre. Você só precisa ser bom, seja para os seus pais, o seu namorado, a sua vizinha ou até mesmo para o porteiro, mas principalmente para você mesmo.
E você pode se olhar no espelho e usá-lo ao seu favor. Observar seu rosto, gostar dos seus olhos e do seu sorriso. Se você não gosta de sorrir, pergunte-se o porquê. Se a resposta ainda for negativa, procure outra coisa para achar bonito em você. Precisamos querer gostar de nós mesmos. E precisamos buscar que nossas inseguranças sejam um combustível para sermos melhores. Sempre para nós. E, assim, depois, para os outros.
Daqui uns 5 anos talvez essa luta tenha acabado. Caso contrário, na possibilidade mais possível - que ela nunca venha a acabar -, eu espero que ainda tenha muita força para isso. Eu preciso de algo que dê credibilidade às coisas que eu escrevo e recito, não é?

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