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Dificilmente eu tenho parado para pensar sobre as coisas que ando assistindo. Neste mês de férias, eu assisti a milhões de filmes e vi centenas de séries, mas foi no antepenúltimo dia que eu assisti a um filme que me fez escrever sobre. Não por ser um clássico, por ser o tipo de filme que merece Oscar ou nada assim. Mas por mexer com o emocional (especificamente o meu) e nos fazer refletir sobre. Tudo bem, também não é tão difícil mexer com as minhas emoções... Porém, esse fez com que, em plena madrugada, eu chorasse copiosamente. 
Não é uma crítica ou uma análise detalhada sobre todos os aspectos técnicos do filme. São observações minhas a respeito dos pontos que mais me encantaram no longa. Mas se você quiser ler uma crítica "de verdade", essa foi uma das que mais gostei.

Sinopse: O escritor Bill Borgens (Greg Kinnear) é um pai de dois filhos, Samantha (Lily Collins) e Rusty (Nat Wolff), que foi traído por sua esposa, Erica (Jennifer Connelly). Sam, aos dezenove anos, está prestes a publicar seu primeiro livro e é do tipo de garota que desacredita no amor. É desapegada, prefere relacionamentos que durem uma noite só e nutre um profundo rancor por sua mãe, pela traição. Sua vida sofre uma reviravolta quando ela conhece Louis (Logan Lerman), um garoto totalmente fora dos padrões daqueles que ela costuma se relacionar.
Rusty, por outro lado, é totalmente o oposto de Sam. Não enxerga motivos para sentir rancor de sua mãe, é um adolescente apaixonado, escritor como o pai e a irmã. Ele nutre um amor platônico por Kate (Liana Liberato), que não é exatamente o tipo de garota perfeita... Exceto para Rusty. Sua vida também toma novos rumos ao conhecê-la.
Bill e Erica separaram-se há mais ou menos três anos e ele ainda não conseguiu esquecê-la. Isso incomoda Sam, que torce para que o pai siga em frente. 
Com um final emocionante, Ligados Pelo Amor analisa vários tipos de amor: entre pais e filhos, namorados e irmãos, de modo a prender quem assiste e fazê-lo pensar sobre o que é certo e errado quando se trata de amor. (Fonte/modificado)

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Eu devo dizer que, ao passear pelo catálogo da Netflix, decidi assistir logo esse porque vi que tinha Lily Collins, Nat Wolff e Logan Lerman no elenco e nunca nem tinha ouvido falar sobre o filme. Resolvi dar uma chance e descobri logo de cara que não vem com aquela dose de romance teen ou transbordando banalidades com os atores que citei agora a pouco. Os personagens se apresentam e a princípio não entendemos a ligação entre eles. Depois as coisas vão se encaixando e tomando seus rumos, não deixando de estarem entrelaçadas.

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Um considerável número de sinopses que encontrei pelo Google afora trazem a descrição da história de Bill, o que desmerece todo o filme, porque não se trata apenas disso. Inclusive, quando Sam decide enviar o seu livro para a editora, ela pede para que seja em anônimo para que o nome do pai, escritor renomado, não influencie em todo o processo de publicação do seu primeiro livro. Então, eu acho que focar a sinopse na história dos pais é tomar partido por aquilo com que você mais se identificou na história. Porque eu particularmente fui mais chamada a atenção pela história de Sam, mas alguém pode ser mais próximo da história de Rusty, outra pessoa pode ter mais compaixão por Erica... Enfim, são muitos núcleos que, no fim, estão literalmente ligados pelo amor (trocadilho lixo, mas adequado).

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Bill é um escritor conhecido, renomado, que vive bem e tem até um senso de humor especial para alguém que passa por uma grande turbulência emocional. Há três anos sua esposa o deixou após traí-lo por anos com outro homem. Desde então, em todos os feriados, especificamente Ação de Graças, ele coloca a mesa inteira para o jantar e sempre deixa um prato para ela, deixando claro que ainda a espera. Uma das coisas que comprova que ele ainda é apegado à mulher são as vezes em que ele vai até a casa dela e a observa pela janela. Erica, por sua vez, vive o casamento com o tal homem, mas não é exatamente feliz. É tudo confuso, eles brigam e logo se acertam, como é a maioria dos casamentos, mas o que também não quer dizer que seja exatamente um casamento incrível. A relação deles com os filhos também tem suas peculiaridades. Bill se dá bem com os dois, os faz escrever diários, incentiva-os na carreira de escritor e os proporciona uma vida bastante tranquila. Erica, por outro lado, só se dá bem com Rusty. Desde o divórcio - ou até mesmo antes disso, não é especificado -, Sam não conversa com a mãe, não dá nenhuma chance de sua relação ter o mínimo de progresso. 
Esta é a parte da história que, para mim, o amor é espera e é perdão.

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Sam é destemida. Está na faculdade e é uma garota de personalidade forte, mas desacreditada sobre tudo o que diz respeito ao amor - uma das coisas que marcaram em mim a personagem dela foi a frase: "Evite o amor a todo custo. Este é o meu lema.". A sua parcela da história, além de falar sobre a sua difícil relação com a mãe e sobre a sua preocupação para com seu pai, conta também sobre como a sua visão sobre o amor muda quando conhece Louis, um menino tímido da faculdade. A forma como Louis entra na história, criando também um novo núcleo, faz com o que o filme seja ainda mais abrangente sobre o amor. Ele a conquista aos poucos, do jeito dele, à medida em que um garoto tímido, mas grandioso em sentimentos, consegue. Foi o "núcleo" que mais me prendeu, o crescimento de Sam ao longo da história, o amor entre os dois que assume uma conjuntura adulta que se distancia do irmão mais novo, no caso.
Aqui, o amor é recomeço, maturidade e também perdão.

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Rusty é um adolescente à primeira vista comum, apaixonado pelas histórias de Stephen King, que está no Ensino Médio e o filme não falha em mostrar aquele típico cenário de high school: ele é apaixonado pela garota que é namorada de um dos valentões. Mas o quadro em que o valentão e Kate se colocam não é do jogador de basquete ou beisebol e da líder de torcida, mas sim, da galera envolvida com certas coisas que são um outro problema que o âmbito adolescente enfrenta: o desvio para o lado das drogas. 
Kate, assim como Louis, também abre um novo núcleo no filme. A figura da boa menina, bonita, com um bom namorado (Rusty é, sem dúvidas, incrível) e muito amada, mas com uma mente fraca e inconsistente. 
Agora o amor foi descoberta, crescimento e proteção.

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A relação do núcleo principal foi uma das partes que mais me emocionou, se não tiver sido a que mais mexeu comigo. Não é uma família perfeita, longe disso. Os irmãos têm aquela implicância comum entre irmãos, mas fazem um pelo outro aquilo que se faz por quem se ama. O pai mantém uma relação de amizade com os filhos tão linda que faz o amor assumir a forma de cumplicidade desta vez. 
Outra coisa que me encantou foi a relação dos personagens com a escrita. Eu sou doida por poesia, por gente que escreve com coração, por tudo aquilo que a gente pode colocar em palavras, e principalmente pelos momentos que a gente vive que não podem ser descritos... Acho que por isso o filme teve um significado tão forte em mim.

"Eu acho que escrever é isso. Ouvir a batida do coração. E quando a ouvimos, cabe a nós decifrá-la."

Quem me conhece bem de perto sabe que o amor para mim é o sentimento mais incrível que existe, porque dele vem todo o resto: o respeito, a cumplicidade, o carinho, a união, a gratidão... Clichês à parte, fiquei muito comovida com boa parte da história, chorei horrores, me envolvi com cada caso, cada drama, cada momento certo para o humor. Achei maravilhoso o fato de que tanto Louis quanto Kate não servem apenas de enfeite à história, ficando claro que eles também têm seus próprios dramas, seus próprios problemas difíceis demais para se lidar, exatamente como a vida é.
É um filme sobre amor e acima de tudo, sobre amadurecimento. É sobre lições de vida, sobre ter calma, ser paciente. É sobre os altos e baixos que toda vida tem e tudo o que podemos tirar de bom de todas as coisas ruins. Qualquer coisa a mais que eu não consiga dizer, eu posso explicar pela citação de Stephen King que aparece no filme: "As coisas mais importantes são as mais difíceis de dizer.". Até a próxima!

"Eu nunca aprecio nada. Sempre estou esperando o que vem depois. Acho que todos gostam disso... Viver a vida no acelerado, nunca apreciando o momento, ocupados demais se apressando pelas coisas para conseguir aquilo que realmente deveríamos estar fazendo. Eu tenho esses fleches de clareza. Clareza brilhante, que por um segundo eu paro e penso: espera aí, é isso, essa é minha vida. É melhor eu ir devagar e apreciar isso porque um dia vamos acabar na Terra e será o fim, teremos ido."

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