Repetimos metodicamente todos os dias: ''tudo vai dar certo'', ''eu sou forte", quando tudo se passa de uma mentira do nosso consciente, tentando nos tirar da ilha do pessimismo e nos colocar na ilha do otimismo. Só que na verdade sempre haverá aquela parcela de "tudo vai dar tudo errado", na nossa mente. Como o resultado de um exame, nota baixa, aquela paixão e tudo que nos faz morrer de ansiedade.
Sinceramente, a vida é assim, um saco, e haverão inúmeros dias ruins e aqueles que você está tão confusa e sentimental por algum motivo que não conseguirá se concentrar em nada, como no meu caso, que não consigo entender absolutamente nada do que a professora de química diz, e não adianta dizer para me concentrar, não vai dar certo.
É como quando somos crianças que achamos que usar sutiã é uma maravilha, e usamos aqueles tops ridículos de panda, nos achando a última coca-cola do deserto, depois crescemos e só queremos chegar em casa e tirar o nosso melhor amigo e pior inimigo, enquanto vemos nas ruas as meias caindo do bojo das meninas de 11 anos que não sabem como é ter peitos grandes e como dói. Também quando somos crianças achamos que "virar mocinha" nos faz melhor que as outras, mas isso é por enquanto, quando elas não tem sangue escorrendo entre as pernas e uma parte do seu corpo praticamente querendo sair de si.
Nos arrumamos todos os dias e nada, absolutamente nada acontece, então no dia que definitivamente você está uma mocreia, surge aquele boy magia do além e um monte de puta começa a lamber ele.
Nos entupimos de tudo o que é ruim, para no próximo segundo nos arrepender e falarmos que vamos ficar gordas, e no dia seguinte quando sairmos do banheiro, nos olhar no espelho procurando todos os efeitos das calorias no nosso corpo. 
Então você chega em casa querendo comer mais e assistir aqueles filmes que nunca irão acontecer na sua vida, e a internet não presta. Sendo assim você vai começar a ler alguma coisa e terminar o dia chorando porque a história é muito triste, para descobri que você não fez nada do que devia fazer no dia.
E se você usar óculos, a sua vida só piora, pois você vai numa festa, se acaba de dançar e quando ver (se conseguir) seu óculos está jogado no chão, especificamente na puta que pariu. E se ele vence, você não enxerga mais o quadro e dizem que você não faz nada. Fora de quando você esquece de tirar e toma banho com ele ou dorme.
Tem mais! Quando você precisa desabafar a sua amiga não está online e ninguém mais te entende, o que faz você definitivamente ficar com a cara no chão dizendo para sua mãe que está tudo bem. 
É nesse momento que você pega o celular, coloca o fone, e surge aquelas músicas depressivas, mesmo que ele esteja no modo aleatório, e além do mais, sua mãe grita dizendo que seu ouvido vai piorar com o fone e você vai pegar uma infecção e mesmo assim você continua escutando a música que fala sobre uma história de amor e você naquilo: "nunca ninguém vai sentir isso por mim", ou fica com medo de se machucar lembrando daquele carinha da escola. No final você provavelmente estará com uma infecção.
Não é nem preciso dizer que todos esses "você" é tanto "eu" quanto "nosso".
Mas sabe no outro dia você acorda e diz: "tudo vai ficar bem'', mesmo sabendo das infinitas possibilidades do fim do dia não ser bom. E apesar de tudo, amamos ser mulher, independente de todos os machões que dizem que nosso lugar é na cozinha.


Nota: Nossa menina voltou! E com um texto de um dia definitivamente ruim, mas para fim, se tornou um dos meus textos preferidos, exatamente por falar como nós, mulheres, sofremos.

                                                                              


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